Igreja Local e Missões

Certa vez, em uma conferência especial numa igreja, o preletor falava sobre o privilégio do povo de Deus em serví-lo, a despeito dos desafios ou circunstâncias. Todos somos chamados, da mesma forma que todos recebemos dons, talentos e ferramentas para fazê-lo.
Todos estavam ali, ouvindo o preletor, aparentemente atentos. Ele falava, dava exemplos, se esforçava para mostrar na Bíblia os ensinos a esse respeito.

No fim do culto, o esforçado pregador faz um apelo àqueles que quisessem entregar suas vidas para o serviço do Senhor, para aqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho uma única vez sequer, em detrimento de lugares em que se tem acesso à Palavra quase que diariamente.

Ele fez um apelo para aquela grande igreja se posicionar no mandamento de Deus de fazer discípulos de todas as nações. Ninguém veio a frente. E ele ficou muito triste. Então, o pregador teve uma ideia: fazer um apelo para que pessoas se levantassem para orar por missões. E…. Ufa! Algumas senhoras se levantaram e vieram a frente. Ele orou por elas transbordando de alegria!

Então, antes de terminar sua mensagem, o pregador resolveu fazer um último apelo: “quem gostaria de ofertar algo para missões”? Os diáconos, muito otimistras, prepararam uma caixa de papelão para colher ofertas para missões. Mas, poucas pessoas se dispuseram a contribuir… e o culto terminou.

Para surpresa de todos, uma pequena criança, solta a mão da mãe, corre para a frente do pulpito e entra dentro da caixa de ofertas. Os pais se aproximam para repreende-lo e observam a criança chorando muito. Então, eles e o pregador perguntam porque a criança estava ali chorando?

Ela respondeu: “eu só posso doar minha própria vida para Jesus! Eu quero ser uma oferta agradável a ele…”

As Agencias Missionárias existem porque?

Na história do cristianismo, você já notou que desde Atos 6 vemos momentos em que o povo de Deus se dedicava ora à assistência aos pobres, ora ao ensino das Escrituras? O próprio Jesus viveu essa realidade muito claramente. Ele tanto ensinou, quando curou, expulsou demônios e deu alimento aos famintos.

No decorrer do tempo, a herança católico romana, segue escrevendo a história desses dois metodos de expressão do Reino de Deus: ensinar a Escritura e vivè-la na prática amando o próximo, como a parábola do semeador sugere. Como? Por meio das ordens monásticas, que faziam seu trabalho em paralelo com o ministério didático das paróquias.

No mundo protestante, essas duas naturezas da Igreja de Cristo parece se perder no tempo. Mas, com o ministério de Willian Carey no século XVIII, vemos o ressurgimento desse modelo na tradução da Bíblia, assistencia aos pobres, abertura de escola, etc.

Seria justo dizer, portanto, que a agência “só existe” porque a Igreja seria supostamente desobediente? Claro que não. A agência é o braço da misericórdia de Deus por meio de seu povo, chamado fazer discípulos de todas as nações.

Concluindo, a agência missionária é esse método de Deus, natural e históricamente presente na vida da Igreja de Cristo onde uma parte do Seu povo se dedica a causas específicas, “fora do templo, o ambiente de ensino das Escrituras”. As agências são formadas por cristãos comuns, nascidos de novo e não um organismo à parte da Igreja (ou paraeclesiastico, como dizem alguns), mas uma expressão legítima do povo chamado para anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz (1 Pe 2:9).

COMPARTILHAR NAS DIFICULDADES

Quase sempre o que muitos chamam de “deserto”, nada mais é que uma escola: um momento de aprender por meio de processos. Não é confortável, nem “maravilhoso”. Mas, necessário. A Graça de Deus nos educa a renegadas as paixões mundamos, aprendamos a viver conforme Cristo (Tito 2:12).

Passamos diversas vezes por dificuldades. Experimentamos realidades duras, de não poder comprar alimentos nem as coisas que nossos filhos gostavam. Quando efetivamente nos convertemos (antes éramos só “convencidos”), meu esposo perdeu o emprego e só tínhamos cuscuz pra comer. Então, nestas situações orávamos em família e o Pai sempre usava alguém pra levar o que precisávamos até nós!

Quando também estávamos em treinamento, várias vezes o Pai usava diferentes pessoas que nem imaginávamos para levar coisas para os nossos filhos! E foi nesses tempos difíceis que aprendemos a repartir mesmo o pouco, porque sabíamos que era a provisão do Pai para nós, também para aprendermos a compartilhar em fé.

Aqui no Nepal também temos experimentado isso dia após dia. Então, o que eu vejo é que o Pai quer que façamos a nossa parte e aprendamos a apenas confiar que Ele irá fazer! Precisamos crescer, aprender… E perceber que podemos seguir o exemplo de Cristo: partir o pão e distribuí-lo a todos que tem fome. E isso vai muito além de recursos ou comida, isso tem a ver com o nosso coração e vida. Cresçamos!

Camile Rodrigues
Kairós Asia

ELE TEM CUIDADO DE NÓS!

O senhor tem realizado milagres em nossa vida! Neste mês que passou, em uma sexta-feira à noite, vi que o leite da minha filha daria somente para mais duas mamadeiras, então eu e meu marido oramos à noite pedido provisão do Senhor.

No sábado pela manhã, uma igreja dos EUA que não conhecemos, enviou uma oferta e pudemos comprar leite, fralda e uma boa quantidade de alimentos e outros suprimentos. Deus tem cuidado de nós de maneira amorosamente constrangedora!

Um dos grandes privilégios que temos como povo de Deus é experimentar, dia a dia, o cumprimento de Sua palavra. Qual milagre você tem para testemunhar?

“Olhem os lírios do campo, que não trabalham nem tecem! E contudo nem Salomão em toda a sua glória se vestiu tão bem como eles. E se Deus veste a erva do campo, que hoje é viçosa e amanhã é lançada no fogo, não acham que vos dará também o necessário, almas com tão pouca fé? E não se preocupem com o que comer e o que beber; que isso não vos cause ansiedade.” Mt. 6:28-31

Mayra Yogo
Kairós Burkina Fasso

SEJAMOS BONS MORDOMOS!

Nosso Deus cuida daqueles que são seus. Sua sabedoria e graça nos ajuda a ser bons mordomos e quando a situação aperta, Ele continua a nos socorrer! A submissão à prudência que vem de Deus dá frutos.

Esse mês também tem sido de aperto em Guiné Bissau. O dólar está muito alto. Mas alguns dias atrás, uma irmã local, guineense, me contatou e disse que Deus tocou em seu coração para que ela me entregasse uma oferta. E a direção que ela recebeu foi clara: comprar “mafe” (verduras, carne, etc). Surpreendente graça de um Deus que é muito bom.

O congelador está abastecido para o mês inteiro!

Deus conhece nossas necessidades. Não precisamos nos preocupar com respeito à sua fidelidade. Ele conhece as nossas necessidades. Sejamos bons mordomos e Ele nos fará ter o Pão e a semente para semear sempre!

Deus seja louvado

Miss. Cláudia Sousa
Guiné Bissau

ELE SABE, ELE PROVEU!

Quero testemunhar o cuidado do Senhor para conosco! Este mês (Junho) está sendo difícil financeiramente, mas ainda tenho minha aposentadoria. No dia 10, este valor caiu na minha conta e eu solicitei via Money Gram para enviar para mim, só que, até hoje, não enviaram. Burocracias da rotina missionária. Rotina de quem recebe em uma nação e saca em outra. Resultado? Estávamos completamente sem recursos, até porque faz um mês que meu esposo está doente e nossas economias acabaram.

Na quinta-feira, dia 11, avisei para o meu esposo que não tínhamos mais carne, frutas, verduras e nem dinheiro. Ele me disse, como um bom africano crente: “Deus proverá!”. No dia seguinte, às 6:30 da manhã, cedo e com frio, chegou um casal para visitar meu esposo e eles nos trouxeram um frango! À tarde uma irmã veio visitar meu esposo e trouxe outro frango e laranjas! Minha cunhada também veio e trouxe batatas doce e carvão. E ontem, meu cunhado veio e trouxe várias abóboras e morangas.

Eles não sabiam como estava nossa geladeira e nosso botijão de gás, mas Aquele que nos chamou sabia. Ele sempre sabe. E ele proveu! Quem fez a promessa é fiel…

Glórias a Ele em todo o tempo!

Miss. Ironi Sumary
Kairós Tanzania

UMA LIÇÃO DA SEMEADURA

”Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.
Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.” Ec.1:1-2

Há seis anos atrás, chegaram ao Nepal vários refugiados do Paquistão, entre eles um pastor com a esposa e dois filhos. Eles conseguiram um lugarzinho para morar, mas não tinham móveis e nem condições para mobiliar uma casa do nada. Começaram a frequentar a mesma igreja local que frequentamos e, assim, ficamos sabendo das necessidades deles.

Me lembro que fiquei durante uma semana pensando como poderia ajudá-los, mesmo com o pouco que tínhamos. Então vi que possuíamos uma geladeira pequena no andar da casa dos meninos e outra no andar da casa das meninas.

Resolvi doar uma das geladeiras. Eu sabia que ficaria muito difícil para nós porque as duas geladeiras eram pequenas e com apenas uma seria difícil guardar os vegetais que comprávamos para uma semana. Continua sendo difícil até hoje, mas mesmo, assim doamos uma delas. Separei também uma TV, na época era daquelas de tubo, uma cama, bem como alguns utensílios de casa.

Ontem, recebi uma ligação deles que me surpreendeu. Eles gostariam de nos ajudar doando dois sacos e meio de arroz e algumas roupas. Ao deitar, fiquei pensando “nunca sabemos o quanto é bom abençoar alguém e o que Deus faz no princípio da semeadura…”.

Às vezes, resistimos à generosidade. Temos medo de dividir o que temos com alguém, ou mesmo ofertar em momentos difíceis, pois a não enxergamos o Pai que cuida até dos lírios do campo. Nos esquecemos que seguir em fé, agradamos o coração de Deus. Essa é a vitória que vence o mundo… (1 Jo 5:4)

Sei que está sendo um momento difícil para todos nós, mas imaginem estar longe de nossa pátria, amigos, igrejas e família e estarmos enfrentando a pandemia em um país com tão poucos recursos, infra estrutura precária e com o dólar tão alto, como está no momento.

Nós aqui sabedores de suas lutas temos, diariamente, orado por cada nome que temos conosco, para que as bençãos cheguem até vocês também!

Família Guarino
Kairós Nepal

Os Povos Budistas

A força missionária brasileira dedicada aos povos budistas é pequena. Talvez, esse seja o grupo menos prestigiado na hora de se escolher um campo de trabalho por parte dos vocacionados.

Entre os brasileiros, apenas 5,4% dos nossos obreiros estão atuando neste segmento. 

Uma igreja que ora e envia é o fundamento para mudar esse cenário. E um povo que persevere no propósito de vencer as barreiras desta cosmovisão, que possui mais de 200 escolas teológicas diferentes em todo o mundo.

Oremos!

Animismo, uma casa sem portas

Animismo é uma base filosófica sob a qual várias religiões se apoiam. Dele deriva crenças tribais de toda a sorte, desde pequenas comunidades isoladas no Peru até a mais remota vila na imensa Índia. O animismo é a crença em que elementos da natureza possuem algum tipo de “essência” espiritual. E a adoração desses elementos (ou outras divindades míticas) como base de fé.

O hinduísmo de matriz indiana talvez seja numericamente a maior expressão do animismo no mundo. Calcula-se 33 milhões de deuses nessas culturas, cultuados diariamente sob o medo das suas fúrias imprevisíveis por pelo menos de 1.5 bilhões de pessoas. 

Na força missionária brasileira, 9,6% dos obreiros atuam entre povos animistas. 

Um dos desafios nesse grupo é vencer a complexidade da cosmovisão politeísta que não tem janelas de contato com a fé cristã, monoteísta e racional. Não se encontra portas acessíveis no evangelismo e discipulado nesse contexto. 

 

Que Deus abençoe os obreiros dessa seara.

Povos em Diáspora

Diáspora significa deslocamento. Povos em diáspora são aqueles que modernamente classificamos como refugiados, pois experimentaram uma situação crítica de guerra, fome, perseguição ou risco de vida em sua própria terra por diferentes motivos. 

No Brasil, temos cerca de 100 povos em diáspora. E 29 deles são de nações onde o Cristianismo é perseguido ou proibido.

Já no mundo, assistimos também grandes ondas de refúgio. Nações como Síria, Venezuela, Paquistão, Sudão do Sul, Honduras e Irã são exemplos de nações em crise aguda, que força parte da sua população a fugir para outros países.

O refugiado ou o aspirante a asilo (político ou religioso), além do trauma em si, lida com preconceito, extrema vulnerabilidade social e em alguns casos, prisão por falta de visto adequado. Lidar com povos em diáspora é estar pronto para lidar com sofrimento. E apenas 10,1% dos missionários brasileiros estão envolvidos nesse perfil de público.

 

Que Deus nos ajude a sermos sensíveis com os peregrinos sobre a terra.